Resolvi, não sempre, mas somente hoje, destilar poesia.
Mesmo que agressiva, decidi amputar órgão da dor.
Somente hoje desespero versos.
Refugio-me em incertos e, quem sabe, assolo os cânticos
certos.
Hoje abstenho-me da filosófica, das retóricas de paz.
Despejo a emoção animalesca irracional.
Minhas fontes modernas e agressivas.
Aqui, jaz o emocional.
Despejo o cântico da calma.
Cansado, defunto
Retrocesso a dor
Como um verto da alma.
Hoje volto mutilado.
Sou verto.
Reverso.
Sou verbo.
Hoje não liberto demônios.
Pelo contrário, os guardo.
Pelo inesperado
O incerto, pela chama os trago.
Hoje trago a voz.
Esfumaçada, transparente
Desvirtuosa, só.
Esfumaçada, transparente
Desvirtuosa, só.
em cinzas deposito
uma alma atroz.
No poema
Canto um plural
No poema
Canto um plural
em espiral.
Um vez, somente, só.
Um vez, somente, só.