sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cansado,
os olhos enebriados pesam
como esferas frígidas.

deterioro o corpo.
Na violenta repressão.
No violento esporro
escarro o fôlego.
maltrato meu intimo

o insano
inconsequente
amado e louco.

O meu corpo pesa
uma pequena moléstia.
Choro como um doido...
Canto como um amado
Amado e louco.

Minhas palavras cuspidas
sem filtro
transformam o fragmento
num pequeno esgoto.

Esgoto de um eu
com sentimentos loucos.
O meu corpo pesa.
A minha flora murcha

Aqui, do lado de fora
volto a pisar em pedras.
Volto a pensar em feras.

O eu, de um corpo pesa.




terça-feira, 9 de outubro de 2012

Avesso o inverso
Há o ver, ver dos incertos.
(Há o canto desenfreado
das flores secas no deserto)
Há restígios de um desespero
Afagado pelo clamor do amado.
Há nuances no diálogo...

e, se ainda há...
Ecoo sonoras angústias
Sonoros sopros afogados
Num perpétuo gozo.
Sonoros, sólidos,
no temor do ócio.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Engano

Se oponho as informações contidas
Nesse pequeno fragmento
É porque o corte
Dessa pequena folha
Feriu-me desejavelmente.
O meu silêncio, e
talvez,
minha fuga
teimam a essência do que me tortura.

As chagas harmoniosas afloram
O ímpeto desastre da alma
sem arranjo
Sem canto, sem encanto.
Talvez, somente talvez
Eu pudesse supor melodias harmoniosas.
Talvez por hoje eu pudesse
Se eu fizesse,
retornar o que me apavora.

Mas não.
Minha voz já está funda, tão funda
Que perdeu-se no limite
Sem que eu me desse conta.
A voz que vos canta é
em suma
A voz ecoada dos gritos
Que se desencanta.