Todos os meus pontos coçam
Entreabertos por feridas inflamadas
Amarelas.
Versos somente posso
Atestar-me no súbito inconsciente do remorso.
Lágrimas me caem
Pois não caibo no mundo
Neste grande mundo amarelo
Infecundo.
No curso
Ando com prescrição baixa
Nem mesmo me salvam os surtos
Até mesmo a voz infecciona minha realidade inventada.
O meu corpo,
Levado por Eólo,
Vaga pela natureza enquanto cospe em corpos
Entregues ao esquecimento.
Ele arrebentou-se das raízes deterioradas
E alcançou voo nos arredores da natureza mal amada...
domingo, 22 de junho de 2014
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Um verso somente peço
Mesmo que me acometa um estado de náusea
tépido.
Mesmo que profundamente a minha imaginação
alucinada
Possa incitar-me a mais irônica forma
parabólica e reacionária.
Mesmo que possa transformar-me no mais
desajustado entretenimento.
Um verso simples somente peço
Com poesias revertidas e parábolas
despidas.
Com narrador tirano
Enigmático, estranhado
Para a execução da destoante realidade
poética.
Ao lado das descontinuidades da alma
As instâncias sagazes do néctar envenenam
as minhas fantasias.
E meu âmago insatisfeito
Tomado pela obstinada necessidade
Vê-se destruído, diabólico e insaciável
Lançando-se, sozinho, na gênese da
linguagem.
O meu verso tumultua a figura
do inconsciente retrocesso.
É sintoma.
Fálico.
Atemporal,
Humano e ruidoso
Atemporal,
Humano e ruidoso
É análise de um paciente pulsional silencioso.
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