quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Que assim seja.

Dalí

Que a poesia seja o transtorno.
A agressão.
A violência.

Que ela seja o seu medo
Imortal.
Que seja crise
Existencial.

Que ela saiba ferir.
A sua fera
Domar.
Que te faça sentir.

Que a poesia seja a voz
Que te cala.
Que possa dizimar
Sua alma alada.

Que a poesia te machuque.
Te desarranje,
Que te faça suprimir.
Extinguir.

E assim te reluzir.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Versos ácidos

Aqui ficam os gritos
De uma alma calada.

Que sente no sufoco
Do corpo exposto
O desafio da amortalha.

Que sente nos
versos ácidos,
a ardência no vocábulo da alma.

Uma parte em dor
é refluxo.
É verbo.
É pecador,
mútuo.

Agora,
a laringe inflama.
É o tormento
que a alma canta.

Desafio ir embora
Demônio de outrora

O meu corpo
vê na necessidade do esporro
A liberdade que chora

Que alimenta esta matéria
inorgânica
iludida
e insatisfatória.

Que alimenta os cânticos
desta alma platônica.
Melancólica.
Próspera.