quarta-feira, 30 de julho de 2014

A palavra me cansa.
Hoje mesmo estou esgotado.

A palavra me desconforta
Me faz desajustado.

A palavra me seca
Me corta em pedaços.

Destes pedaços
Eu me vazo
Me derramo como um liquido rarefeito
Que nem ao menos se alinham
Ao que chamo de margem.

Já nem sei mais se tenho margem.
E, se por um acaso, tenho uma forma
Quero mais é que se extrapola.

Quero o descomposto da linguagem.

terça-feira, 22 de julho de 2014

O que eu quero está além do inferno, do purgatório, do reino dos céus.
O que desejo não me cabe,
E por isso
Me sobram esses excessos.

Não quero cálculos, nem fatos.
Não me venham com este dedo apontado.
Não. Não quero saber das suas comunhões, ou do que é certo e errado.

Não me tragam este formato podre
Medíocre e confortável.

Dos desajustados só restaram
Os restos das raízes podres,
Abandonadas, porque são apenas matéria inanimada.

O subjetivismo e o estado abstrato da matéria
Nos revela uma natureza caótica, porém bela.

Nos revela o homem farsante
Que tenta sobreviver com esta sede de se proteger.
Nos revela um homem que sofre
Que experimenta a dor de todos os dias ser anulado.
Como um infante domesticado.

Aos malditos e deformados
Crescem asas para os devaneios.
E garras, para cavar essa essência febril
De leve manuseio.