Nem mesmo a ignorante melancolia poderia salvá-lo
teu corpo dilatado o destruía
nem mesmo os pequenos fragmentos tristes poderiam comprimir a energia.
como num caso de amor pequeno
tudo era grandioso
todo desgaste era alimento, ainda que resto e tortuoso.
todo amor era sedento e banal
todo excesso
clichê
e virtuoso
toda voz rouca era grito
todo desejo
marginal
toda pele em flor era suspiro
talvez já estivesse cansado
culpava a desajustada alma
encarcerada na profundidade árida
ele drenava o caos em ritmos desarmônicos
na tentativa vã de violentar anjos
desalinhando-se do ninho
efêmera substância o tornava humano
na alegoria do louco
tua epidérmica febril alma
transformava-se em uma atmosfera pulsante
turva e redundante.