Um verso somente peço
Mesmo que me acometa um estado de náusea
tépido.
Mesmo que profundamente a minha imaginação
alucinada
Possa incitar-me a mais irônica forma
parabólica e reacionária.
Mesmo que possa transformar-me no mais
desajustado entretenimento.
Um verso simples somente peço
Com poesias revertidas e parábolas
despidas.
Com narrador tirano
Enigmático, estranhado
Para a execução da destoante realidade
poética.
Ao lado das descontinuidades da alma
As instâncias sagazes do néctar envenenam
as minhas fantasias.
E meu âmago insatisfeito
Tomado pela obstinada necessidade
Vê-se destruído, diabólico e insaciável
Lançando-se, sozinho, na gênese da
linguagem.
O meu verso tumultua a figura
do inconsciente retrocesso.
É sintoma.
Fálico.
Atemporal,
Humano e ruidoso
Atemporal,
Humano e ruidoso
É análise de um paciente pulsional silencioso.
Faço meu o seu pedido. Sempre bom te ler David.
ResponderExcluirBom saber, Milene.
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