quarta-feira, 11 de junho de 2014

Um verso somente peço
Mesmo que me acometa um estado de náusea tépido.
Mesmo que profundamente a minha imaginação alucinada
Possa incitar-me a mais irônica forma parabólica e reacionária.

Mesmo que possa transformar-me no mais desajustado entretenimento.
Um verso simples somente peço
Com poesias revertidas e parábolas despidas.

Com narrador tirano
Enigmático, estranhado
Para a execução da destoante realidade poética.

Ao lado das descontinuidades da alma
As instâncias sagazes do néctar envenenam as minhas fantasias.

E meu âmago insatisfeito
Tomado pela obstinada necessidade 
Vê-se destruído, diabólico e insaciável
Lançando-se, sozinho, na gênese da linguagem.

O meu verso tumultua a figura 
do inconsciente retrocesso.

É sintoma.
Fálico.
Atemporal, 
Humano e ruidoso

É análise de um paciente pulsional silencioso.


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