O que eu quero está além do inferno, do purgatório, do reino dos céus.
O que desejo não me cabe,
E por isso
Me sobram esses excessos.
Não quero cálculos, nem fatos.
Não me venham com este dedo apontado.
Não. Não quero saber das suas comunhões, ou do que é certo e errado.
Não me tragam este formato podre
Medíocre e confortável.
Dos desajustados só restaram
Os restos das raízes podres,
Abandonadas, porque são apenas matéria inanimada.
O subjetivismo e o estado abstrato da matéria
Nos revela uma natureza caótica, porém bela.
Nos revela o homem farsante
Que tenta sobreviver com esta sede de se proteger.
Nos revela um homem que sofre
Que experimenta a dor de todos os dias ser anulado.
Como um infante domesticado.
Aos malditos e deformados
Crescem asas para os devaneios.
E garras, para cavar essa essência febril
De leve manuseio.
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