quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Quimera



Ilude-se
Já é tempo.
A poesia não salva. 

Ela se míngua
Se desgraça
E te extrai

Sem beiras 
À realidade,
Que te cega
Em náuseas.

Nem mesmo suas veias frias
Nem essas vozes 
Das entranhas escuras
São salvas.

Ilude-se
Alma falha.
Não vê que tento expurgar
As impurezas desta matéria
Estranha!?

Não vê que sofro
Com esta realidade
Doentia!?

Vamos, Ilude-se
Alma tola!
Alimente este câncer
Que se multiplica
Pela escrita.

Que se multiplica
Pelo silêncio
Da fala.

Pela dor
De uma alma
Miúda
E calada.



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