sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Entrelaçado pelo tempo
Corpo
Físico
Na (im) possibilidade do espírito

Contempla-me as luzes amarelas
ofuscadas pelo vidro convexo da janela

Abafado pela atmosfera quente
Das paredes velhas
A epiderme latejante
e poética

Continuo a cantar essa natureza impalpável
entre o pensamento e a matéria

transmito a não substância
a passagem
do entre sem ventre
a não-razão
desse compromisso covarde
e a famosa transformação
de uma ilusão singela

Minha tentativa de compensação
É ver o cheiro
Sentir a vista

E morrer pelo espelho da janela

2 comentários:

  1. Final lindo. Por muitas vezes preciso " ver o cheiro/ sentir a vista " para quem sabe tocar minha alma. Um abraço David.

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  2. É esse desespero de acontecer, de ser pro que der e vier, de pegar o momento fugaz, capturar e prende-lo como se assim fosse possível. O imprevisível e impalpável.

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