os olhos fartos
a epiderme rígida e suja
o eu,
e o estômago cheio de borboletas mortas
os poros entupidos
com a solidez dos fungos
oferecem aos homens o material trágico
composto de um líquido ácido
e perecível
Hoje, carrego em mim células mortas
e na velhice da alma
crio substâncias que alimentam a dor medonha
dessa doença mórbida
Tomo por vencido
este pequeno lapso
Entrego-lhes pelo vômito
os restos mortais das borboletas
que nunca sofreram a cólera da liberdade
nem mesmo a metamorfose da matéria.
" e na velhice da alma\ crio substâncias que alimentam a dor "
ResponderExcluirGostei muito. E fui pega nesse trecho.
Obrigado, Milene.
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