A imperiosidade dos fatos
A falência deste corpo estranho
E as novas formas que violentam a culpa
Alimentam esta náusea
Esta faminta veracidade
Que crava seus dentes rançosos
Na mais fina camada de sensibilidade
Estupra incansavelmente a demência deste corpo alado
Pudera eu não engordurar sonhos
Não ser gente
E não estar entre dois lados
Hoje sou tantos
Instantes
Distantes
Tato.
Sou fato
Paixão
Ódio
Repulsa e olfato.
Sou carne e o abstrato;
O trato
de um acordo desarranjado.
Sou desejo.
Asco.
A fúria púrpura
de nervos imediatos
Sou culpa
Em meio ao caos da imortalidade dos sonhos
Desta fantasia chamada vida
Que fere este espírito débil e desfocado.
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