Cerrar a janela antirruído
e ao passo de um leve toque
encobrir a alvura com uma velha cortina
de tecido puído.
Há poeira por todo o lado
e toda secura esgota
esta epifânica
e sólida alma
salgada
Limito-me à epiderme gástrica
cujo sal e lágrimas
incorporam interjeições sintomáticas
Há coisa não esvaziada
e no gozo da cólera
impera esta trágica sonata
Ao roçar esta lira áspera
extraio da matéria bruta
o gemido rouco
E ao desvirginar trágico barroco
suspiro ao recuar fôlego.
Os meus olhos fundos
na transubstanciação dos instintos fúnebres
ainda cantam o imperativo gozo
e no ofício agônico
amenizo dores,
mergulho,
em sentido atônito,
da semântica emocional à literalização do corpo
Ainda regulo orgânico sufoco
e me condeno à lama simbiótica
do meu refluxo esporro
Nenhum comentário:
Postar um comentário