A imperiosidade dos fatos
A falência deste corpo estranho
E as novas formas que violentam a culpa
Alimentam esta náusea
Esta faminta veracidade
Que crava seus dentes rançosos
Na mais fina camada de sensibilidade
Estupra incansavelmente a demência deste corpo alado
Pudera eu não engordurar sonhos
Não ser gente
E não estar entre dois lados
Hoje sou tantos
Instantes
Distantes
Tato.
Sou fato
Paixão
Ódio
Repulsa e olfato.
Sou carne e o abstrato;
O trato
de um acordo desarranjado.
Sou desejo.
Asco.
A fúria púrpura
de nervos imediatos
Sou culpa
Em meio ao caos da imortalidade dos sonhos
Desta fantasia chamada vida
Que fere este espírito débil e desfocado.
domingo, 11 de janeiro de 2015
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Estranho. Pulsão. Expulsão.
Estranho. Medo. Grito. Tapa.
Estranho. Conforto. Silêncio.
Estranho. Fome. Grito.
Estranho. Sensação. Saciamento.
Estranho. Prazer. Conforto.
Estranho. Fome. Estranho. Fome.
Estranho. Não. Desconforto.
Estranho. Pulsão. Inquietação. Fome.
Estranho. Educação. Fome.
Educação. Choro. Fome.
Estranho. Estranho. Resignação.
Educação. Estranho. Neurose. Educação.
Estranho. Fome. Silêncio.
Saciamento. Fome. Saciedade.
Educação. Raiva. Educação.
Educação. Paz. Educação.
Estranho. Solidão. Gozo.
Estranho. Medo. Grito. Tapa.
Estranho. Conforto. Silêncio.
Estranho. Fome. Grito.
Estranho. Sensação. Saciamento.
Estranho. Prazer. Conforto.
Estranho. Fome. Estranho. Fome.
Estranho. Não. Desconforto.
Estranho. Pulsão. Inquietação. Fome.
Estranho. Educação. Fome.
Educação. Choro. Fome.
Estranho. Estranho. Resignação.
Educação. Estranho. Neurose. Educação.
Estranho. Fome. Silêncio.
Saciamento. Fome. Saciedade.
Educação. Raiva. Educação.
Educação. Paz. Educação.
Estranho. Solidão. Gozo.
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Entrelaçado pelo tempo
Corpo
Físico
Na (im) possibilidade do espírito
Contempla-me as luzes amarelas
ofuscadas pelo vidro convexo da janela
Abafado pela atmosfera quente
Das paredes velhas
A epiderme latejante
e poética
Continuo a cantar essa natureza impalpável
entre o pensamento e a matéria
transmito a não substância
a passagem
do entre sem ventre
a não-razão
desse compromisso covarde
e a famosa transformação
de uma ilusão singela
Minha tentativa de compensação
É ver o cheiro
Sentir a vista
E morrer pelo espelho da janela
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Anatomia de um vencido
Os dentes gastos
os olhos fartos
a epiderme rígida e suja
o eu,
e o estômago cheio de borboletas mortas
os poros entupidos
com a solidez dos fungos
oferecem aos homens o material trágico
composto de um líquido ácido
e perecível
Hoje, carrego em mim células mortas
e na velhice da alma
crio substâncias que alimentam a dor medonha
dessa doença mórbida
Tomo por vencido
este pequeno lapso
Entrego-lhes pelo vômito
os restos mortais das borboletas
que nunca sofreram a cólera da liberdade
nem mesmo a metamorfose da matéria.
os olhos fartos
a epiderme rígida e suja
o eu,
e o estômago cheio de borboletas mortas
os poros entupidos
com a solidez dos fungos
oferecem aos homens o material trágico
composto de um líquido ácido
e perecível
Hoje, carrego em mim células mortas
e na velhice da alma
crio substâncias que alimentam a dor medonha
dessa doença mórbida
Tomo por vencido
este pequeno lapso
Entrego-lhes pelo vômito
os restos mortais das borboletas
que nunca sofreram a cólera da liberdade
nem mesmo a metamorfose da matéria.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Procuro incessantemente um vestígio
Um objeto imaculado calcado ao canto da sala
Um feixe
Procuro no esquecido
lembranças
No estático
percurso
Procuro o aroma não notado
Aquela velha flor seca na bíblia dos nossos passados
Procuro o embaraço
o esquecido mofo
A alma dos objetos inacabados
Procuro o buraco estéril da matéria
Que anuncia a fantasia escura
Que suborna o meu canto inquietante
Antes do suborno da vida
Perco o curso
Do que procuro
e não curo esta alma
de couro bruto
Um objeto imaculado calcado ao canto da sala
Um feixe
Procuro no esquecido
lembranças
No estático
percurso
Procuro o aroma não notado
Aquela velha flor seca na bíblia dos nossos passados
Procuro o embaraço
o esquecido mofo
A alma dos objetos inacabados
Procuro o buraco estéril da matéria
Que anuncia a fantasia escura
Que suborna o meu canto inquietante
Antes do suborno da vida
Perco o curso
Do que procuro
e não curo esta alma
de couro bruto
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Ode hedionda
Estranhamente o sublime me apavora
Experimento o desprazer como potência
à dor que me aflora
Do gozo enfático
que por ora,
busca a forma volúpia de uma lógica
Amanhece com polução de um sonho apático
E um desejo coercível de ser bicho transubstanciado
- E na contração do sublime
Pequenos espasmos -
Narciso provoca e convulsiona a alma
É o desejo,
que destruído pela natureza mórbida
Cessa a contração dos impulsos surdos
Desta posteridade odiosa.
Em meu universo árido
Desperto a matéria grotesca
Uma áurea luz entardecida blasfema o meu dia
E em soluços
Seco ao fundo a minha lira
Extraio até a borda tudo o que em mim havia trago
Cujo ventrículo não havia filtrado.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Para além do subcutâneo
Ecôo frases sintomáticas
Revisito traumas.
- Recuo -
- Impulso -
Fere-me as cavidades dos dedos.
Para além do subterrâneo,
E pela ânsia,
cavo uma busca pelo desconforto
Pela náusea íntima
Numa transfiguração do morto.
Ainda que nebuloso
Permito-me à entrega no imaginário
Entre esferas
Encontro-me perante minhas próprias feras
Fora de qualquer zona de conforto
Nem um extremo nem outro
Ainda sinto medo.
Na epiderme: abscesso cutâneo
Infecciono-me com minhas fantasias
Ainda habito inúteis paradigmas
Tecido pela linguagem
Violo e hominizo minha natureza através dos sonhos
Cuja metáfora penetra todas as zonas
Deste corpo pulsional
Em chamas.
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